Além de matéria e textos informativos esse espaço pertence mais do que nunca a você leitor. Você quem faz esse espaço acontecer. E pensando dessa forma vocês conferem a seguir uma poesia enviada a nós pela professora Jaqueline Lira:
O tempo,
O tempo cura tudo, afirma o ditado,
O tempo é um professor invisível com uma espessa e pesada régua na mão,
Proto a espalmá-la na nossa mão com toda a fúria que o braço consegue desferir no golpe,
E as marcas que ficam são visíveis aos olhos em qualquer leve movimento de vida.
O tempo,
Quanto o tempo pode esperar o tempo?
Não sei.
Talvez muito tempo,
Ou quem sabe nenhum tempo...
O tempo faz intrigas,
O tempo faz birras,
O tempo faz o tempo dobrar-se sobre si mesmo,
Estabelecendo uma ponte entre esses dois lampejos de energia
E no tempo que se curva às vezes “ela” está viva e talvez esteja morta.
O tempo faz a morte falecer.
O tempo faz o sentimento se transmutar,
Ou quem sabe esquecer-se de si mesmo.
Esquecer que existiu.
Um dia quem sabe,
O tempo pare,
O tempo encontre o tempo que precisa.
O tempo faz o sentido perder o sentido,
O sentimento perder o sentimento,
O tempo faz as pessoas mudarem,
Faz com que outras pessoas cheguem e outras partam.
O tempo muda o ângulo,
Muda a mudança.
O tempo é implacável,
Uma lâmina afiada pronta ao corte.
O tempo!
Quanto tempo será que o tempo agüenta o tempo?
Quem poderá ter respostas sobre o tempo para o tempo?
Não sei...
O tempo é como um náufrago que não sabe nadar
Imerso dentro do mar sem salva vidas
Debatendo-se em vão na água salgada
O tempo da água que puxa o corpo para baixo
E o tempo do corpo que, impulsionado pelo desejo de vida, quer emergir,
Quem poderá salvar o tempo do tempo?
Talvez o tempo.
Quanto tempo dura o tempo?
O tempo.
Jaqueline Lira
22/09/2009
25 de setembro de 2009
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Um comentário:
Parabéns pela bela reflexão sobre o tempo! Continue socializando suas produções textuais.
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