21 de dezembro de 2009

Santa Cruz ganhará livro contando a história de suas primeiras ruas

O professor, radialista e estudioso da história de Santa Cruz do Capibaribe Jota Oliveira está preparando uma publicação com as curiosidades das ruas da ´´capital das confecções`` , seu surgimento, o nome que levam e as particularidades da história de cada uma delas.


O livro deverá conter a história de cerca de 40 ruas da Santa Cruz antiga, seus personagens, festas, fatos pitorescos e lendas. Jota está agora na fase de coleta de informações, porém boa parte da obra já se encontra escrita.


Com o auxilio e colaboração de várias pessoas o livro deverá matar a curiosidade de muita gente com fatos desconhecidos. Você sabia que por exemplo o ator Sebá, que interpreta Benedito nos comerciais da loteria Caruaru da Sorte, já residiu na Rua dos Pacas? Essas e oiutras informações curiosas todos poderão conferir no livro que deve ser lançãdo no primeiro semestre de 2010.


Mas só para deixar vocês mais curiosos ainda nós iremos trazer a cada semana um capítulo do livro.


Para iniciar confira a história da Rua Grande(Avenida Padre Zuzinha)


RUA GRANDE

Iniciaremos contando alguns fatos dessa rua que representa o Marco Zero, o surgimento dessa hipnotizadora cidade – Santa Cruz do Capibaribe – localizada no Agreste Setentrional do Estado de Pernambuco, banhada em todo o seu lado Sul pelo Rio Capibaribe.

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A “Rua Grande” foi sendo “batizada” de acordo com o crescimento de Santa Cruz do Capibaribe. A parte inicial – chamada de cu do Boi – era Praça Tiradentes. O apelido deveu-se ao fato de ocorrerem “arengas de ponta de calçada” (segundo alguns populares mais antigos), que hoje não mais existem. Este setor também era vítima predileta dos homens que “apertados”, nos períodos de festa do Padroeiro ou final de Ano, procuravam o Cu do boi para urinar.
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Da Secretaria Paroquial ao nº 312 – Posto de João Pereira – era a Rua Manoel Borba e do Banco Real até às margens do Rio Capibaribe, Rua Dr. José Bezerra. Por este Motivo era chamada de Rua Grande já que, de fato, até a metade da década de 70 era a maior avenida de nossa cidade. A maioria das manifestações culturais, cívicas ou religiosas, aconteciam na Rua Grande. A mais importante delas, a nossa Feira de frutas, cereais e mangaio, que ainda hoje ocorre todas as segundas-feiras. Aliás, antes mesmo da complementação da Rua Dr. José Bezerra, a Feira de Animais – bovinos, caprinos, ovinos e suínos – já acontecia sob as Gameleiras onde hoje fica o canteiro central da rua – ainda não existia calçamento. Grandes decisões foram tomadas na Rua Grande e que marcaram a existência da nossa história.
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Nessa Rua, existiram os grandes armazéns de comércio varejista ou atacadista de estivas, as primeiras “bombas” de gasolina, as lojas de tecidos, as ‘boticas’ e por fim, o romantismo dos primeiros cinemas a exibirem seus filmes em Santa Cruz. Em uma Travessa da Rua Grande – hoje Rua Davi Monteiro dos Anjos – foi instalado o grupo gerador de energia elétrica (motor velho) para iluminara cidade até às 21h – de domingo a domingo – supervisionado por Santina Neo.
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Duas entidades importantes marcaram época com as suas sedes na Rua Grande. A Sociedade Esportiva Ypiranga Futebol Clube – funcionava no nº. 136. Lá a nata da sociedade santacruzense curtia os tradicionais bailes embalados por conjuntos famosos como Super Oara, Ogírio Cavalcanti, Los Marines e Pop Sound. Todos guardam diversas lembranças daquela sede social. A outra instituição é a secular Sociedade Musical Novo Século. Esta, de 04 de outubro de 1900 até hoje, tem sua sede na Rua Grande. Essa Banda é o orgulho do santacruzense nato.

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A partir de 1984, passou a ser a Avenida Padre Zuzinha. O curioso é que – segundo as nossas fontes (não oficiais) existia um acordo entre Raymundo Aragão e Padre Zuzinha onde o que “partisse” primeiro teria seu nome naquele logradouro. Como todo marco zero, a Rua Grande já teve postos de Gasolina (Braz de Lira, Pedro Neves e João Pereira), armazéns de compra e venda de produtos diversos, clubes sociais, hotéis, escolas, fábrica de corda de caroá e até mesmo o primeiro Cemitério.

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José Oliveira de Góis

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