21 de janeiro de 2010

Dilema da obrigatoriedade do diploma em jornalismo segue indefinido


Suponhamos que para exercer qualquer profissão, o sujeito precisa no mínimo de conhecimentos técnicos. Desde que a obrigatoriedade do diploma em jornalismo foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal – STF, em junho de 2009, muitos “profissionais” tem surgido atrapalhando de fato os profissionais da área. O mercado vem se abrindo para os não diplomados, uma vez que os mesmos chegam a queimar preços de serviços prestados no campo da comunicação social.

Comunicar é algo tão sério quanto qualquer outra área. Infelizmente, nós jornalistas formados temos enfrentado alguma resistência quando buscamos apresentar nossos serviços, pois chega outro e diz que faz o “mesmo trabalho” bem mais em conta. Recentemente eu mesmo pude comprovar isso ao ser contratado para produzir um vídeo para uma certa entidade. Alguns profissionais da instituição me perguntaram logo de cara se o meu trabalho seria digno dos mesmos serem entrevistados.

Eu fiquei pasmo ao ouvir aquilo, contudo tive a dignidade de não culpar a pessoa pela pergunta. Culpei os que se dizem profissionais e não cumprem com maestria o ofício que escolheu exercer. Entretanto, fiquei imaginando o gasto que a entidade teve de pagar duas vezes pelo vídeo. É o preço que se paga por não valorizar quem de fato sabe fazer. Afinal, passamos quatro anos em uma universidade buscando conhecimento para tal função.

Essa semana, um fato me chamou atenção. O STF fez cair a obrigatoriedade, mas muita gente tem buscado reverter essa história, como foi o caso da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, que votou um Projeto de Lei 667/09 tornou obrigatório o diploma para jornalistas na cidade que tem como função assessoria de imprensa na Câmara e na Prefeitura de BH.

Isso chama-se respeito!!! Pois é. Respeito foi o que os parlamentares e o Prefeito de BH teve para conosco jornalistas em fazer valer o nosso esforço. Como seria maravilhoso se outros vereadores pelo Brasil afora tivessem a feliz ideia, que teve os Vereadores mineiros Adriano Ventura (PT) e Luzia Ferreira (PPS). Com certeza o trabalho de comunicador social em todos os âmbitos teria outros valores e conceitos, sobretudo em assessoria de imprensa.

Betto Aragão é Jornalista e especialista em Comunicação e Marketing pela Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP.

2 comentários:

Anônimo disse...

É mais conveniente para os políticos, que em grande maioria, são donos de diversos veículos de comunicação terem pessoas subordinadas a eles por qualquer micharia e divulgando o que escuta sem si perguntar sobre a importância da informação, do que ter profissionais formados e sérios capazes de investigar e levar até o último instante denúncias a população que comprometem pessoas de ações ilícitas e até mesmo eles próprios que desviam dinheiro público descaradamente, entre outras arbitrariedades como foi a cassação do diploma para exercer a profissão de jornalismo decretada pelo "excelentíssimo" Senhor Ministro da Justiça Gilmar Mendes.

Anônimo disse...

Gostaria de enfatizar a forma que o Portal Agreste PE vem entrando no ramo da comunicação para imprimir valores a imprensa de Santa Cruz. Quero parabenizar os jornalistas Betto Aragão e Elinaldo Ventura pela destreza com que conduzem os fatos, sempre ouvindo os dois lado da notícia e deixando nossa gente bem informado!