4 de janeiro de 2010

A história da Rua do Pátio

Continuando a série de postagens com partes do livro que está sendo preparado pelo radialista e professor Jota Oliveira, sobre a história e curiosidades das principais ruas de Santa Cruz do Capibaribe nós trazemos hoje um pouco da história da conhecida Rua do Pátio.

Confira essa história com a particularidade que apenas um filho da terra e conceituado professor como Jota Oliveira poderia contar:

RUA DO PÁTIO

Você sabe onde fica a Rua Raymundo Francelino Aragão? Pois é, muita gente não sabe. A verdade é que aqui, como em quase todas as cidades do interior desse nosso imenso país, põe-se apelido até nos logradouros públicos.

Durante muitos anos, conhecida como Rua do Pátio, hoje Rua da Caixa, esta artéria de Santa Cruz é parte importante na história desta Terra. É que segundo alguns pesquisadores, devido à proximidade desta Rua com a Casa Grande da fazenda de um Alferes que por aqui residiu – antes de Burgos – a rua era chamada de Rua do Pátio. Estava no imenso pátio da Fazenda. Sua largura a credenciava para maior destaque na vida dos santacruzenses e essa assim se fez.

A Rua do Pátio – oficialmente – Rua Dr. José Mariano – foi palco de fatos muito marcantes para a nossa memória. A Padaria Flórida, o Hotel de Dona Tertulina, a Coletoria, o Açougue, entre outros marcaram a história dessa localidade. Podemos citar ainda, a Barraca de Cachorro quente “Joli”. Porém, o Marcado de Farinha de Anísio Monteiro e tempos depois, o Alvorada Lanches da família Valdivino, fazem parte da vida de muita gente.

O mercado, pela realização de festas Juninas e Carnavais por ali passaram a Bandinha do Leninho, o Conjunto de Joãozinho Fortunato, a OCAFRE – Orquestra Capibaribe de Frevo – e claro, o Grupo Pop Sound. Músicos magistrais como o talentoso Pedro Maia, quase unanimidade no meio artístico e intelectual de Santa Cruz. O maestro Augustinhoo – Lara para os mais íntimos – e a sua Orquestra Capibaribe de Frevos. Leninho do Acordeon, um dos fenômenos do Nordeste, segundo a opinião de outros grandes nomes como o maestro Camarão, abrilhantaram os eventos do Mercado.

No Alvorada Lanches aconteciam encontros românticos ou simplesmente de amigos e era o Point dos Anos 70 e 80. Muitos guardam doces lembranças do Alvorada. Era movimentação atípica para uma cidade do tamanho de Santa Cruz do Capibaribe – a época. Vale registrar o surgimento do Restaurante o Maia, por esse mesmo período. Era o mais requintado da cidade e por ali passavam as figuras mais notáveis da política, das artes e da sociedade em geral.

Por alguns anos o comércio Varejista de Farinha, feijão e outros cereais acontecia em plena Rua do Pátio. Sem local adequado os comerciantes ficavam mesmo no meio da rua vendendo seus produtos.

Por fim temos que registrar as diversas vezes em que, a falta de energia (muito frequente à época), fazia os noveleiros de plantão formar uma enorme plateia em frente à Padaria de seu Antônio de Saturnino, único lugar dotado de gerador e TV na calçada. Centenas de pessoas, a que chamávamos de multidão, se aglomeravam para ver os capítulos das novelas e o noticiário da Rede Tupi de Televisão.
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Texto de Jota Oliveira

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