20 de outubro de 2007

As cores que vêm da rua

Por: Robson Arruda
Jovens aprendem o grafite e são personagens centrais na relação escola, arte e comunidade.

Pensando nas idéias que surgem nas cabeças dos jovens a caminho do colégio, oficina de grafite lança projeto na Escola Dr. Assis Chateaubriand em Campina Grande pretendendo estimular os mesmos a conhecer as manifestações de arte popular que existem ao redor da escola.

"Mais do que desenvolver a sensibilidade é despertar a juventude para compreender a produção do mundo inteiro", afirma o artista e idealizador do projeto Marcos Welber Oliveira, convidado da escola para desenvolver a idéia. "Assim, o jovem artista percebe que quem trabalha a arte e a produz perto de casa também tem valor — tanto quanto Tarsila do Amaral ou Auguste Renoir, pois eles beberam na fonte popular”.Afirma.

Antes de chegar ao grafite, os alunos passaram por uma série de técnicas. Durante um dia inteiro, envolvem-se na oficina de desenho e pintura. Tudo com temática livre. A turma aprende a história do grafite.
Nas paredes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Assis Chateaubriand, crianças e jovens de todas as idades grafitam, com as idéias que lhes vêem à cabeça, tudo ligado a contextualização, ou seja, a temporalidade dos desenhos. Os traços eternizados no muro e nas mentes os jovens artistas, exprimem os sentimentos e as palavras presentes na realidade. "Ao mesmo tempo em que valorizamos a cultura local, buscamos desenvolver a subjetividade, o que vai ajudar na formação da garotada como cidadãos", "assim, eles compreendem a si mesmos e aos outros, começando pela dignidade e o respeito às diferenças" afirma Marcos.
"O grafite pode entrar em qualquer sala de aula como recurso didático. No caso dos desenhos, o toque, os traços e o universo cultural próprio fazem da arte um instrumento de resgate e conservação das manifestações artísticas e folclóricas do povo", afirma Marcos.
Segundo Mayra Santos Silva, 12 anos aluna do curso, a criatividade pulsa por meio da pintura e é transposta para a parede através de toda a sua inspiração. No meio de caracóis, além de nuvens e letreiros, o único objeto que ela incluiu no seu desenho que lhe chama a atenção foi o coração. "Pintei e dei forma ao que gostaria de ver da minha janela", resume a garota.

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